Vistoria do carro… Tem todo ano. Mas parece que é pessoal…
Vou mais cedo para o DETRAN para não perder meu precioso horário. Felizmente não se importam com isso. Entro na fila e aguardo uns quarenta minutos até que os dois carros da frente sejam vistoriados.
Começa a agonia. Lembra-me a tabuada do oito. Bem, hoje os mais novos não conhecem essa angústia. Decorar tabuada? Pra quê? Com todas as calculadoras ao alcance da mão?
Sinto que não é o carro que está sendo vistoriado. O moço ordena:
– Acende seu farol, farol de neblina, farol alto.
– Liga seu pisca alerta, agora liga sua lanterna.
Eu pisco e repisco. Vou mexendo nos controles, acendendo e apagando aleatoriamente os botões.
Tenho uma “fragilidade” auditiva e no DETRAN, o ruído do tráfego intenso ao redor, e hoje, da chuva forte fuzarcam ainda mais meus nervos.
Ele pede que eu acelere e desacelere conforme a máquina ao meu lado pedir, para descobrir se meu carro está poluindo além da conta. Capricho, mas tomo bomba da primeira vez e tenho que repetir. O problema não é do carro, é meu.
– Pronto! Estaciona e espere ao lado daquela cabine – o moço educado me orienta.
Daí a pouco recebo os documentos novos e um sorriso de bom dia.
Era isso? Tá bom, até o ano que vem!